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Bianca D Bolonhezi / Aurélia (Ella) Stik

25 de Dezembro / 6 de Maio

História do Clown:

É meio confuso e estranho falar sobre mim. Vem tanta coisa na minha cabeça quando penso nisso. Acho que a primeira coisa que eu sei sobre mim é que, como todo mundo de onde veio, eu vim ao mundo em uma caixa de presente. E o mais engraçado é que meu primeiro trabalho foi embrulhar presentes, mas não crianças-presentes, presentes que crianças recebem no meu aniversário, que também é a data de aniversário da maioria das pessoas de onde eu moro também (as que não nascem nesse dia são especiais, de uma linhagem especial, mas são poucas e muito raras). Eu lembro do dia em que ganhei meu sapato, eles disseram “Ella, parabéns, hoje você completou um total de 1.000.000.000.000 de presentes embrulhados”, e é mais ou menos assim que contamos idade lá na seção de pacotes, então quer dizer que eu estava com 15 anos.

Meus pais adoravam que eu trabalhasse lá, e eu também, mas queriam muito que eu fizesse faculdade, estudasse alguma coisa fora de lá, conhecesse o mundo… e então me mandaram para cá.

Uma frase:

"A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira."

Por que escolheu o Sorrir É Viver:

O professor tinha acabado de dar intervalo e eu, como qualquer boa caloura, não aguentava mais ouvir alguém gritar do fundo da sala “Não saiam ainda, querem dar um recado!!!”, pois era quase impossível sair da sala depois disso e eu provavelmente pegaria muita fila para comprar meu lanche depois. Mas dessa vez fiquei esperando sem muita impaciência, pois eram pessoas diferentes.

Aquelas pessoas, algumas das quais eu estava vendo pela primeira vez na faculdade (o que não é tão incomum para um calouro), começaram a dizer algo sobre um tal de “Mutirão da Alegria” e eu não sabia muito bem do que se tratava, mas de cara percebi que aquelas pessoas eram do Sorrir é Viver, aquele órgão que muito calouro não entende muito bem o que faz, mas sabe que é o projeto lindo-maravilhoso-que-o-professor-de-bioquímica-ama. Foi nesse dia que parei e resolvi escutar e entender o que aquelas pessoas do Sorrir é Viver tinham para dizer e o que era aquele tal evento para qual queriam nossa ajuda.

Aquele dia fiz a decisão que iria me fazer abrir a janela e sorrir muitas vezes depois. Fiquei no departamento que cuidava da logística do evento.

Sempre que eu me aproximava mais de alguma pessoa do Sorrir é Viver, parecia que ela transparecia o quanto precisava/queria fazer para ajudar, para dar certo, para sair tudo perfeito, eu percebia o quanto ela se doava por aquilo e o quanto aquilo tinha se tornado importante para ela. E foi então que começou a se tornar importante para mim também (não tanto quanto é hoje, sem dúvida).

Mas foi só depois do V Mutirão da Alegria propriamente dito, que o amor começou a ser desenfreado. Lá, pude sentir o carinho, a tranquilidade e a paz que a nossa presença (é, apenas a nossa presença) levava para os pacientes e foi uma das experiência mais incríveis e gratificantes que eu já tinha vivido. E foi só uma mistura de sorrisos e risadas.