
Nome completo: Beatriz Fernandes Diogo Alves
Data de nascimento: 03/10/1994
História favorita: Se eu fosse eu - Clarice Lispector
“Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, eu me pergunto: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar eu escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes eu fico tão pressionada pela frase ‘se eu fosse eu’, que a procura do papel se torna secundária, e eu começo a pensar. Aliás, eu diria melhor, eu começo a sentir. E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acaba de ser locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos nem me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei. Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, eu não posso nem contar. Acho até que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e entregaria o futuro ao futuro. ‘Se eu fosse eu’ parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras loucuras da festa que seria, nós teríamos enfim a experiência do mundo. Experimentaríamos em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria, tão pura e legítima, que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.”
Uma frase: “De tanto ser, só tenho a alma” – Fernando Pessoa
Por que escolheu a ONG Sorrir é Viver? Escolhi a ONG Sorrir é Viver porque, quando pude ver um pouco do trabalho maravilhoso que ela faz, meus olhos e meu coração transbordaram gratidão. Pra mim, o Sorrir é Viver é um lar. Um lar dentro da faculdade, um lar de cuidado e alegria, um lar que me lembra, constantemente, o porquê de escolher a medicina e a arte para fazerem parte da minha vida. Um lar que me lembra de quem sou.